Ficções

Jorge Luis Borges
Ficções reúne os contos publicados por Borges em 1941 sob o título de O jardim de veredas que se bifurcam (com exceção de \"A aproximação a Almotásim\", incorporado a outra obra) e outras dez narrativas com o subtítulo de Artifícios. Nesses textos, o leitor se defronta com um narrador inquisitivo que expõe, com elegância e economia de meios, de forma paradoxal e lapidar, suas conjecturas e perplexidades sobre o universo, retomando motivos recorrentes em seus poemas e ensaios desde o início de sua carreira: o tempo, a eternidade, o infinito. Os enredos são como múltiplos labirintos e se desdobram num jogo infindável de espelhos, especulações e hipóteses, às vezes com a perícia de intrigas policiais e o gosto da aventura, para quase sempre desembocar na perplexidade metafísica. Chamam a atenção a frase enxuta, o poder de síntese e o rigor da construção, que tem algo da poesia e outro tanto da prosa filosófica, sem nunca perder o humor desconcertante.
Em Ficções estão alguns de seus textos mais famosos, como \"Funes, o Memorioso\", cujo protagonista tinha \"mais lembranças do que terão tido todos os homens desde que o mundo é mundo\"; \"A biblioteca de Babel\", em que o universo é equiparado a uma biblioteca eterna, infinita secreta e inútil; \"Pierre Menard, autor do Quixote\", cuja \"admirável ambição era produzir páginas que coincidissem palavra por palavra e linha por linha com as de Miguel de Cervantes\"; e \"As ruínas circulares\", em que o protagonista quer sonhar um homem \"com integridade minuciosa e impô-lo à realidade e no final compreende que ele também era uma aparência, que outro o estava sonhando\".
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